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Mario Severo Gouveia no campos dos sonhos - Roberto Dias Borba
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- ROBERTO DIAS BORBA Joinvilense - jornalista. Filho de João Sotero Dias de Borba e Veronica Ida Borba. Casado com Vilma Ramos Borba. Pai de Ubiratan, Paulo César e Rubens. Nasci, me criei e conheci o esporte no bairro Glória - em Joinville. Três minutos, três gols era o lema do Leão do Alto da rua 15 - o Glória de tanta tradição, história e craques da bola. A minha trajetória na imprensa começou oficialmente em agosto de 1975, no extinto Jornal de Joinville. O maior período de atuação, mesmo distribuído em duas oportunidades, foi em A Notícia, por exatos 24 anos e oito meses. O
Os poucos pingos da sempre chuvosa Joinville eram suficientes para encharcar a grama escassa que ainda restava no campo do Glória. Nem por isso havia qualquer desistência. A corrida atrás da bola era até o corpo ficar coberto de lama e, assim, todos saíam satisfeitos em direção de suas casas, apesar de saber que a bronca seria inevitável. Em cada uma destas incursões atrás de um gol, de um simples drible ou apenas para estar junto dos amigos estava Mario Severo Gouveia.
A diversão de todos nós era esta numa distante infância e que agora começa a pertencer em poucas memórias. Mario é um destes protagonistas que nos deixa prematuramente. Foi uma de nossas poucas amizades da época de garoto e que permaneceu mesmo sem estarmos por perto como em outras épocas em que pela manhã dividíamos os bancos do Grupo Escolar Osvaldo Aranha, na rua Lindóia, e à tarde, já com a lição de casa feita, esperávamos ansiosos para mostrar as habilidades com a bola nos pés.
Numa das vezes que deixei o pé mais firme e a bola já estava longe do alcance, a butinada foi direto na canela de Mario. Ele só franziu o nariz, mas sabia que havia deixado de lado as boas maneiras futebolísticas. Na primeira ocasião que encontrei o seu Antonio Gouveia (pai de Mário) precisei ouvir o sermão: "Joguei com seu pai (Ango Dias) e ele só jogava na bola." Foi o suficiente para esquecer qualquer tentativa de querer jogar pesado.
Assim, aprendi de vez que bola foi feita para se tratar da melhor maneira possível. E uma lição para entender que amizades como a de Mario deveriam ser preservadas igual a uma tabelinha, sempre procurando atingir o gol adversário. Uma pena que as jogadas não poderão se repetir e imaginar que o amigo, agora num plano superior, possa ter a paz celestial, mesmo que a família tenha que ficar à distância.
O campo em que a bola rolava, mesmo com uma imensidão de buracos, já não existe mais. Isso não representa preocupação. Ficamos entristecidos mesmo é pela ausência agora de Mario, assim como já haviam partido antes Jonas Seifert, Volnei Cesar Ferreira, Silvio Pinta, entre outros.
Arquivo pessoal/Mario, amigo de infância que já nos deixou
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Esta é uma das crônicas que fazem parte de uma futura publicação, que terá o nome de "Glória´s do Menino Jornalista", uma coletânea de textos em que relato fatos marcantes de minha vida e a trajetória no jornalismo joinvilense e catarinense. Apoiadores e patrocinadores são bem vindos. Aguardo seu contato para prestar mais detalhes.
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